terça-feira, 26 de abril de 2011

‘Tropa de batom’ no caminho da pacificação

Rio - A partir da semana que vem, quando a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo de São Carlos for inaugurada, uma ‘tropa de batom’ terá a difícil missão de substituir os ‘caveiras’ do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na ocupação das comunidades. A unidade terá o maior contingente de mulheres em seus quadros até agora — 20% da equipe que vai para o conjunto de favelas do Estácio são policiais femininas.


O fenômeno, segundo a própria corporação, se deve ao grande número de mulheres inscritas no último concurso, cerca de 400. Dos 270 PMs formados para integrar a UPP São Carlos, 53 são ‘fems’, como elas são chamadas no jargão policial. Nas outras unidades que compõem a região — Santa Teresa e Catumbi —, mais 90 policiais completam o time. 


“Muitos fatores colaboraram para essa procura. Não só a estabilidade do serviço público, mas o bom trabalho que a PM vem desenvolvendo. E o ano de 2010 foi muito bom para isso, principalmente a partir da ocupação dos complexos do Alemão e da Penha, que despertou nas jovens o interesse pela carreira militar”, analisou o major Eliézer de Oliveira, coordenador de Ensino e Pesquisa do Comando de Polícia Pacificadora (CPP). 

NÍVEL SUPERIOR
O oficial destaca a importância das mulheres no projeto. “As mulheres têm uma sensibilidade maior e isso contribui muito no trabalho social”. 

Boa parte das integrantes da nova UPP tem formação universitária e enfrentou as próprias famílias para ingressar na carreira. “Só contei para a minha família depois que passei no concurso. No início, eles não aceitavam, tinham certo preconceito pela polícia. Mas depois de conhecer o trabalho e ver meu entusiasmo, deram a maior força”, disse a soldado Rahyla Santana, de 22 anos, formada em Direito.

Para as policiais, motivos não faltam para vestir a farda azul. “O plano de carreira conta muito. Aqui temos chance de crescer. E, dentro das nossas formações acadêmicas, podemos ir além do trabalho de polícia, dando orientações e resgatar a cidadania das pessoas”, acredita a soldado Priscila Nalesso, 28 anos.
O DIA

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