Você não sabia, mas já existe. A coluna de ciência e tecnologia do Bom Dia Brasil foi atrás das últimas descobertas que estão facilitando o trabalho da polícia. Mais precisão, rapidez e segurança para atender a população.
Na Central de Vídeo e Monitoramento da Polícia Militar do estado de São Paulo, onde imagens chegam às centenas monitores através das 270 câmeras espalhadas por toda a cidade de São Paulo. E não são só as câmeras que ficam no alto dos prédios, nos postes, não. Tem também câmeras móveis.
São muitas câmeras moveis. Uma delas tem uma transmissão com equipamento de link que transmite imagens ao vivo e de qualquer ponto da cidade. A PM também tem câmeras moveis, que são as ‘motolinks’. Em uma cidade com mais de sete milhões de veículos, essa agilidade ajuda muito.
Soldados aprimoram técnicas em moderno centro de treinamento do Exército
Você não sabia, mas já existe: no Rio de Janeiro, soldados aprimoram suas técnicas de ação em um moderno centro de treinamento do Exército.
De longe não é possível ver muita diferença no som da operação ou na ação dos soldados, mas é tudo uma simulação com efeitos bem reais. Câmeras estão espalhadas por toda a cidade cenográfica e coronel Senna vai mostrar a evolução da tropa que está entrando em uma favela cenográfica, montada em um grande terreno do Exército, na Zona Oeste do Rio. As cerca de 20 estruturas estão espalhadas sem muita ordem, exatamente como casas em uma favela de qualquer grande cidade. As armas: fuzis de verdade, do tipo FAL, usados pelo Exército. Com algumas diferenças.
"É uma munição de festim. E o emissor laser que nós chamamos de Sat. Quando acionado o festim, dispara um facho de laser que vai sensibilizar no oponente esses sensores", afirma o coronel Ângelo Senna.
Os sensores se espalham pelo corpo dos soldados. Cabeças, ombros, peito. Eles recebem o raio laser, disparado cada vez que se puxa o gatilho e viaja na mesma velocidade e com o mesmo alcance da bala de fuzil - 400 metros de distância. Ao atingir um dos sensores, o equipamento diz exatamente a gravidade da lesão.
"Esse equipamento reproduz as condições mais próximas a realmente um combate. Um combate em área de selva, um combate a área de montanha, ou mesmo um combate urbano. O Exército brasileiro está empenhado em operações da lei e da ordem em favelas do Rio de Janeiro”, ressalta Rodrigo Pimentel.
O treinamento começa com uma metralhadora que abre caminho para a entrada da tropa no terreno. Uma granada de fumaça foi lançada para dar certa cobertura para os militares. É impressionante como a fumaça prejudica a visão tanto da equipe de reportagem, quanto dos soldados.
“Ela foi lançada para diminuir a capacidade do inimigo de alvejar a tropa”, conta o coronel.
Ao mesmo tempo em que há uma progressão da equipe, oficiais de boné branco funcionam como juízes dessa guerra. “Chamamos de ‘oca’ - observador, controlador e avaliador. A missão deles é identificar o que a tropa está fazendo de certo e de errado”, explica o coronel Ângelo Senna.
O tempo todo eles vão recebendo orientações dos soldados que vão fazendo as primeiras entradas e, ao mesmo tempo, continua o fogo da metralhadora principal minando determinadas resistências no alto do morro.
À medida que a progressão vai acontecendo, alguns soldados vão caindo. Eles tiram o capacete e ficam no chão. É sinal de que eles foram atingidos. A máquina dá a eles um sinal: ‘morto’ e ele tem que ficar assim para registrar a morte dele e que ele não está mais no treinamento.
Rodrigo Pimentel faz um teste interessante. “Vou me disfarçar de civil, que está transitando em uma área que está em guerra. O interessante foi a preocupação com energia, com bastante força e preocupação de me tirar da linha de tiro. Fui colocado em uma parede para ser protegido.
Isso é a sinalização de que existe uma preocupação com o efeito colateral, com a vítima civil, de que a tropa esteja preparada, adestrada para esse tipo de eventualidade, de surgir um inocente no meio de uma avenida no meio de uma rua e preservar essa vida humana”, explica Rodrigo Pimentel.
Depois da simulação é possível perceber que o Pimentel não recebeu nenhum tiro e nenhuma voz de comando “Você está morto”. “Ouvi mais ou menos 1000 disparos no mais próximo da realidade possível e eu circulei no meio. Se o equipamento está funcionando, eu não morri. Mas, vamos ver se está funcionando”, fala Rodrigo.
Para testar se o equipamento está funcionando, um soldado vai realizar um tiro preciso em uma área do corpo de Rodrigo Pimentel. Ao ser alvejado, o equipamento emite o sinal: “morto”.
“Bom, morri”, brinca Pimentel.
Apesar de toda a progressão da tropa, da intensa quantidade de tiros que houve no local, ele não foi atingido. No final do treinamento quando os soldados começam a voltar para o quartel entra em campo outra tropa que vai analisar esses dados através de equipamentos tão modernos quanto os que os soldados usam na simulação.
Os soldados vêm em uma fila indiana, se apresentam em um carro com um computador, dão o seu nome de guerra e, ao mesmo tempo que dão esse nome de guerra, são registrados no computador em uma comunicação sem fio com uma máquina. O equipamento registra quantos tiros aquele soldado deu, eventuais mortes que ele provocou e os tiros que ele levou também.
“Indica de quem foi realizado cada disparo e em que momento. Então, dentro de uma cronologia, temos condições de identificar, inclusive, onde estava o militar quando ele foi atingido e enquanto ele atingiu alguém”, explica o coronel Ângelo Senna.
'Treinamento de Forças Armadas aumenta segurança, mas não de forma isolada’
Para Rodrigo Pimentel, esse tipo de treinamento credencia as nossas Forças Armadas, não apenas o Exército, mas também a Marinha e a Aeronáutica, a fazerem segurança pública das cidades brasileiras.
“Esse treinamento aumenta o nível de segurança, diminui a letalidade, mas não de forma isolada. As Forças Armadas, quando atuam em Segurança Pública, atuam de maneira específica e pontual, com data de chegada e data de saída, o que está acontecendo hoje no Complexo do Alemão”, completa.
Central de vídeo e monitoramento é aliado na segurança pública de SP
Na Central de Vídeo e Monitoramento da Polícia Militar do estado de São Paulo imagens chegam aos monitores através das 270 câmeras espalhadas. E não são apenas as câmeras que ficam no alto dos prédios e nos postes, não. Tem também câmeras móveis.
São muitas câmeras moveis. Uma delas tem uma transmissão com equipamento de link que transmite imagens ao vivo e de qualquer ponto da cidade. A PM também tem câmeras moveis, que são as ‘motolinks’. Em uma cidade com mais de sete milhões de veículos, essa agilidade ajuda muito.
Da Central de Monitoramento de São Paulo, o comandante geral da Polícia Militar do estado de São Paulo, Álvaro Camilo, conta qual o tempo de envio de uma viatura, a partir do momento que a ocorrência é vista pelos monitores.
“É importante dizer que só as câmeras não resolvem. A pronta resposta deve acontecer. Em São Paulo, dependendo do caso, nós temos dois minutos a três minutos, entre a ligação ao 190 e a chegada. Quando eu vou para a periferia, área é maior, um pouco mais de distância, o importante é toda a estrutura, a capacitação para a pronta resposta policial”, explica o comandante.
Álvaro Camilo explica como é feito o monitoramento através dos telões. “Esses telões, na verdade, são de câmeras distribuídas por toda a cidade. Foi um mapeamento criminal que identificou onde precisava de uma câmera e isso fez com que tenhamos a melhor informação. Nos pontos mais perigosos e mais críticos, onde tinha mais problema de polícia. Isso faz com que a polícia chegue muito rápido. Ela chega muito rápido em uma ocorrência em São Paulo”.
Nas ruas de São Paulo, a transmissão de dados funciona via internet e é tudo muito rápido. Os monitores podem receber três sinais ao mesmo tempo. Um deles está apagado, pois o helicóptero Águia, da Polícia Militar, não está enviando nada.
O ‘mochilink’, um equipamento móvel com câmera, é usado nos ombros de um policial militar dando mais mobilidade ao monitoramento. O capitão Moisés, da Polícia Militar deu um exemplo de como o equipamento pode ser fundamental. “Em um fim de semana, na final do jogo entre Corinthians e Santos, nos transmitimos imagens internas do Pacaembu e, com isso, assessoramos o comando com motos circundando o estádio”.
‘Queda do número de homicídios é tecnologia aliada à gestão’, diz Rodrigo Pimentel
Rodrigo Pimentel já rodou todo o sistema de monitoramento do prédio em São Paulo e conta detalhes do que mais o impressionou.
“Com 35 mil ligações diárias, é o maior centro de operações do mundo. É a tecnologia aliada à gestão. São Paulo é o estado brasileiro com maior queda do número de homicídios e isso pode ser uma das razões dessa queda de homicídios”, afirmou o comentarista de Segurança Pública.
Mas a tecnologia não é infalível e no mês de agosto houve uma ligeira alta. “O importante é registrar que, nos últimos 12 anos, a queda foi de 70%. A taxa hoje em São Paulo é de 9,86%, inferior aos 10% considerado número epidêmico pela Organização Mundial de Saúde. Isso é investimento do governo na Segurança Pública.